domingo, 29 de janeiro de 2012

Acessibilidade na Odontologia: avanços para o paciente cadeirante




 A acessibilidade na Odontologia há muito vem sendo alvo de discussão e pesquisa.
 Para exercer uma odontologia de excelência e prestar um atendimento diferenciado, não basta ter domínio da parte técnico-científica, mas também oferecer ao paciente uma experiência agradável, acessível e minimanente confortável.

Em relação ao paciente cadeirante, o consultório, conforme publicado em post recente, deve estar adaptado para que o paciente consiga se deslocar e se movimentar na cadeira de rodas dentro do consultório. Porém, a cadeira odontológica ainda se mantinha como um "problema": era necessário tirar o paciente da cadeira de rodas, acomodar na cadeira odontológica, e, ao término do trabalho, colocá-lo novamente na cadeira de rodas. Essa movimentação, de acordo com informações colhidas na literatura, apresentam os seguintes inconvenientes:
1) Segurança :dentista e paciente ficam temerosos em relação à acidentes que podem ocorrer nesse pequeno deslocamento;
2) Necessidade de mais gente: é necessário que mais pessoas, além do dentista, estejam presentes na sala  para pegar o paciente no colo e realizar a troca da cadeira, o que faz com que o paciente se sinta como se tivesse pouca autonomia naquele ambiente, idéia que se mostra totalmente oposta à filosofia da acessibilidade;
3) Aumento do tempo de trabalho:demora até conseguir posicionar o paciente na cadeira  Odontológica.
4) Dificuldade em conseguir uma posição ergonomicamente aceitável de trabalho, tanto para o dentista quanto para o paciente.

Diante de tais variáveis, foi criada a cadeira de rodas odontológica conhecida como “Wheelchair dentistry” ou "Dental Chair".
Trata-se de uma plataforma ou platô, onde o paciente usa sua própria cadeira de rodas como cadeira odontológica.Com esse recurso, todos os inconvenientes acima citados são eliminados.

Acessibilidade, conforto e bem estar.
O paciente se sente valorizado e o dentista apto a prestar atendimento de qualidade sob a ótica da inclusão e versatilidade.


Por Isabela Castro


Fonte:
ASSCID : Australian society os special care in dentistry.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Acessibilidade na Odontologia

    

Acessibilidade: Possibilidade e condição de alcance, percepção e atendimento para a utilização com segurança e autonomia de edificações, espaço, mobiliário, equipamento urbano e elementos (fonte: ABNT NBR 9050; 2004).


Hoje, é obrigatório em todo o Brasil, quando o profissional odontólogo tem como objetivo a abertura de um consultório com mais de 03 cadeiras odontológicas ou uma clínica odontológica, estabelecendo pessoa jurídica com mais de 03 cadeiras odontológicas, a adequação de 01 consultório para o atendimento a pessoas em cadeiras de rodas.


No processo de adequação, quando a clínica odontológica ou o consultório já está estabelecido, podemos analisar alguns pontos que impossibilitam o acesso do paciente, sendo:
1- Uma mesa de centro na sala de espera
2- Corredores estreitos, dificultando a manobra da cadeira de rodas
3- Mobiliário dentro da sala clínica
4- Portas com abertura convencional e não porta-de-correr

Neste processo, é importante conhecer as dimensões de uma cadeira de rodas e suas necessidades de giro ou rotação para possibilitar o paciente efetuar manobras.

Dimensões de uma cadeira de rodas: (fonte: ABNT NBR 9050; 2004)

Aberta: 60 a 70 cm de largura.
Comprimento: 80 cm a 120 cm

Área para manobra de cadeira de rodas sem deslocamento: (fonte: ABNT NBR 9050; 2004)
(Vide imagem)

Outro perfil de paciente com dificuldade de locomoção:

1- Paciente que utiliza andador
2- Paciente obeso
3- Paciente que utiliza uma bengala
4- Paciente que utiliza 2 bengalas
5- Paciente que utiliza muletas
6- Paciente geriátrico

Por isso, se fazem necessárias algumas adequações técnicas para os ambientes:

1- Ambientes bem planejados
2- Piso cerâmico com certo grau de aderência, evitando escorregões
3- Corrimão em corredores de acesso as salas clínicas
4- Iluminação adequada
5- Banheiros adequados às necessidades, também com porta que possibilite a abertura interna e externa, para medidas de emergência
6- Sinalização correta em geral
7- Mobiliário adequado
8- Equipamentos odontológicos específicos, resistentes e voltados para este paciente
9- Ambiente com temperatura agradável
10 - Portas com aberturas que não atrapalhem o fluxo ou porta-de-correr

Estas observações fazem com que os pacientes tenham condições e sintam-se mais à vontade em ir até o consultório para serem atendidos. E cabe também ao profissional odontólogo explorar em suas ações de marketing que seu consultório ou clínica odontológica está dentro das condições e adequações para o atendimento a estes pacientes.
A filosofia da inclusão deve estar presente não só nas ações do profissional mas também nas instalações do ambiente que acolherá o portador de necessidades especiais.



Por Isabela Castro
Créditos/ Fonte:Marcos Roberto do Nascimento