domingo, 5 de fevereiro de 2012

Laser no Tratamento da Mucosite Bucal: melhora na qualidade de vida de pacientes oncológicos irradiados em região de cabeça e pescoço


O termo “laser” vem do acrônimo Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation, ou seja, amplificação da luz por emissão estimulada de radiação. O primeiro equipamento laser foi desenvolvido em 1960. A partir de então, outros tipos de lasers foram sendo criados, com diferentes comprimentos de onda no espectro eletromagnético.
A tecnologia do laser tem sido considerada um avanço na Medicina e na Odontologia. Nesta última, é usada em diferentes especialidades,dentre elas a Odontologia para portadores de necessidades especiais, e em especial, nos pacientes oncológicos irradiados em região de cabeça e pescoço.
A mucosite bucal é uma inflamação na mucosa da boca, complicação comum decorrente do tratamento do câncer, onde são empregadas a quimioterapia e a radioterapia.  O paciente apresenta grande incômodo e desconforto na região bucal, uma vez que a dor é tão marcante, que dificulta, inclusive, sua alimentação.
Sabe-se hoje que a laserterapia tem seu maior potencial de contribuição no alívio da dor, na redução do processo inflamatório e na reparação de tecidos.
Clinicamente o uso do laser no consultório odontológico apresenta os benefícios a seguir:
  • Alívio da dor: quando o laser é aplicado numa região onde exista dano celular, no local da aplicação ocorre liberação de endorfina, um analgésico produzido pelo próprio organismo que proporciona alívio da dor (modulação);
  • Redução da inflamação: em todo processo inflamatório há toxinas pró-inflamatórias que causam aumento da inflamação local. Ao se aplicar o laser em uma área inflamada, a liberação dessas toxinas é inibida, reduzindo-se o processo inflamatório ;
  • Aceleração da cicatrização: regiões com alterações no tecido têm seu processo de reparação acelerado ao receber uma aplicação de laser, encurtando o tempo de cicatrização;

Diversos estudos mostram que a terapia com luz de laser em baixa intensidade tem efeitos mais pronunciados sobre órgãos ou tecidos enfraquecidos. Acredita-se, portanto, que a energia da luz tem sua atuação otimizada exatamente no sítio tecidual onde seja mais necessária sua atuação.
Os conhecimentos acumulados ao longo dos anos acerca do laser, demonstraram sua efetividade  como modulador da dor, auxiliando na redução da inflamação e na aceleração da cicatrização,e determinaram pois, que esta forma de tratamento fosse incorporada também ao controle da mucosite bucal.
A laserterapia de baixa intensidade tem mostrado bons resultados na prevenção e controle local da mucosite bucal, sendo capaz de reduzir a dor e o processo inflamatório dos tecidos bucais.
A aplicação do laser é um procedimento seguro e eficiente, não causando  qualquer desconforto para o paciente.
O uso do laser de baixa intensidade proporciona alívio imediato da dor e redução do grau (severidade) de mucosite bucal, determinando uma melhora significativa na qualidade de vida desses pacientes.


Por Isabela Castro
FONTE : Hospital Sírio Libanês





quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Odontologia domiciliar // Home care Odontológico


A odontologia domiciliar é um serviço que se observa em muitos países do mundo nos dias atuais. Os termos Home Care e Odontologia Domiciliar compreendem qualquer  tipo de atendimento curativo cirúrgico-restaurador e/ou preventivo que é realizado fora da esfera ambulatorial, ou seja,  fora de um consultório odontológico. O tratamento compreende desde intervenções em hospitais, hotéis até visitas domiciliares. O home care odontológico teve seu início com o atendimento de idosos e pessoas com necessidades especiais. Hoje, amplamente difundido, abrange uma grande variedade de pacientes.

À exemplo do que já acontece há tempos na medicina, o atendimento odontológico domiciliar vem ganhando espaço na sociedade, frente aos novos paradigmas de atendimento ao paciente e sob a ótica de uma visão mais ampliada da saúde, em especial, ao que se refere ao atendimento multiprofissional.

Público alvo:

Dentre os usuários do serviço de Atendimento Odontológico Domiciliar, o chamado home care odontolóico,podemos relacionar os seguintes grupos de pacientes:

• Portadores de deficiências físicas e/ou mentais. ex: paralisia cerebral, autismo;
• Portadores de doenças neurológicas e síndromes genéticas. ex: doença de Alzheimer, doença de Parkinson, síndrome de Down;
• Portadores de doenças sistêmicas. Ex: cardiopatas, nefropatas e diabéticos;
• Pacientes oncológicos e transplantados;
• Pacientes geriátricos;
• Pacientes que necessitam de atendimento sob anestesia geral;
• Pacientes impossibilitados de ir ao consultório por qualquer outro motivo;

Locais de atendimento:

• Casas de Repouso
• Residências
• Hospitais (incluindo nesses locais as Unidades de terapia intensiva, UTIs)
• Empresas
• Escolas e creches
• Rede hoteleira.


Por Isabela Castro






domingo, 29 de janeiro de 2012

Acessibilidade na Odontologia: avanços para o paciente cadeirante




 A acessibilidade na Odontologia há muito vem sendo alvo de discussão e pesquisa.
 Para exercer uma odontologia de excelência e prestar um atendimento diferenciado, não basta ter domínio da parte técnico-científica, mas também oferecer ao paciente uma experiência agradável, acessível e minimanente confortável.

Em relação ao paciente cadeirante, o consultório, conforme publicado em post recente, deve estar adaptado para que o paciente consiga se deslocar e se movimentar na cadeira de rodas dentro do consultório. Porém, a cadeira odontológica ainda se mantinha como um "problema": era necessário tirar o paciente da cadeira de rodas, acomodar na cadeira odontológica, e, ao término do trabalho, colocá-lo novamente na cadeira de rodas. Essa movimentação, de acordo com informações colhidas na literatura, apresentam os seguintes inconvenientes:
1) Segurança :dentista e paciente ficam temerosos em relação à acidentes que podem ocorrer nesse pequeno deslocamento;
2) Necessidade de mais gente: é necessário que mais pessoas, além do dentista, estejam presentes na sala  para pegar o paciente no colo e realizar a troca da cadeira, o que faz com que o paciente se sinta como se tivesse pouca autonomia naquele ambiente, idéia que se mostra totalmente oposta à filosofia da acessibilidade;
3) Aumento do tempo de trabalho:demora até conseguir posicionar o paciente na cadeira  Odontológica.
4) Dificuldade em conseguir uma posição ergonomicamente aceitável de trabalho, tanto para o dentista quanto para o paciente.

Diante de tais variáveis, foi criada a cadeira de rodas odontológica conhecida como “Wheelchair dentistry” ou "Dental Chair".
Trata-se de uma plataforma ou platô, onde o paciente usa sua própria cadeira de rodas como cadeira odontológica.Com esse recurso, todos os inconvenientes acima citados são eliminados.

Acessibilidade, conforto e bem estar.
O paciente se sente valorizado e o dentista apto a prestar atendimento de qualidade sob a ótica da inclusão e versatilidade.


Por Isabela Castro


Fonte:
ASSCID : Australian society os special care in dentistry.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Acessibilidade na Odontologia

    

Acessibilidade: Possibilidade e condição de alcance, percepção e atendimento para a utilização com segurança e autonomia de edificações, espaço, mobiliário, equipamento urbano e elementos (fonte: ABNT NBR 9050; 2004).


Hoje, é obrigatório em todo o Brasil, quando o profissional odontólogo tem como objetivo a abertura de um consultório com mais de 03 cadeiras odontológicas ou uma clínica odontológica, estabelecendo pessoa jurídica com mais de 03 cadeiras odontológicas, a adequação de 01 consultório para o atendimento a pessoas em cadeiras de rodas.


No processo de adequação, quando a clínica odontológica ou o consultório já está estabelecido, podemos analisar alguns pontos que impossibilitam o acesso do paciente, sendo:
1- Uma mesa de centro na sala de espera
2- Corredores estreitos, dificultando a manobra da cadeira de rodas
3- Mobiliário dentro da sala clínica
4- Portas com abertura convencional e não porta-de-correr

Neste processo, é importante conhecer as dimensões de uma cadeira de rodas e suas necessidades de giro ou rotação para possibilitar o paciente efetuar manobras.

Dimensões de uma cadeira de rodas: (fonte: ABNT NBR 9050; 2004)

Aberta: 60 a 70 cm de largura.
Comprimento: 80 cm a 120 cm

Área para manobra de cadeira de rodas sem deslocamento: (fonte: ABNT NBR 9050; 2004)
(Vide imagem)

Outro perfil de paciente com dificuldade de locomoção:

1- Paciente que utiliza andador
2- Paciente obeso
3- Paciente que utiliza uma bengala
4- Paciente que utiliza 2 bengalas
5- Paciente que utiliza muletas
6- Paciente geriátrico

Por isso, se fazem necessárias algumas adequações técnicas para os ambientes:

1- Ambientes bem planejados
2- Piso cerâmico com certo grau de aderência, evitando escorregões
3- Corrimão em corredores de acesso as salas clínicas
4- Iluminação adequada
5- Banheiros adequados às necessidades, também com porta que possibilite a abertura interna e externa, para medidas de emergência
6- Sinalização correta em geral
7- Mobiliário adequado
8- Equipamentos odontológicos específicos, resistentes e voltados para este paciente
9- Ambiente com temperatura agradável
10 - Portas com aberturas que não atrapalhem o fluxo ou porta-de-correr

Estas observações fazem com que os pacientes tenham condições e sintam-se mais à vontade em ir até o consultório para serem atendidos. E cabe também ao profissional odontólogo explorar em suas ações de marketing que seu consultório ou clínica odontológica está dentro das condições e adequações para o atendimento a estes pacientes.
A filosofia da inclusão deve estar presente não só nas ações do profissional mas também nas instalações do ambiente que acolherá o portador de necessidades especiais.



Por Isabela Castro
Créditos/ Fonte:Marcos Roberto do Nascimento




 

domingo, 25 de setembro de 2011

JULIA: GAROTA FANTÁSTICA DE DOMINGO



Júlia Morena, que nasceu branca, rs, tem esse pernão desde a maternidade.

Criança doce e de olhar penetrante, desde bebê rendia suspiros e comentários sobre seu olhar.
Uma das primeiras coisas que aprendeu a fazer foi dar beijinhos e vive a estalá-los por aí ate hoje.
 
Estudou em Maricá até ano passado,alias onde é conhecida por todos. São tantos cumprimentos quando passeia naquela região que, segundo sua mãe, ela poderia se candidatar a prefeita!!! rs

Julia tem 2 irmãos Gabriel e Mariana que a amam incondicionalmente, inclusive o irmão é poeta e já escreveu para ela. Mas nem precisava né? Qualquer simples mortal se encanta e se inspira por essa fofura!
 
Essa gata ainda adora pizza, funk, axé, tudo que é brega e underground (bandas alternativas), usa o cabelo meio preso, meio solto, fazendo um charminho, e curte um all star cano longo, rosa... Looks sempre perfeitos.

Atualmente mora com a família no bairro da Ilha do Governador e faz terapia na Clinica de Reabilitação no mesmo bairro. Usando o método Pandovan (reorganização neurofuncional) , a mocinha  está alcançando grandes conquistas,algo assim como em 5 meses ela conquistou habilidades que em 14 anos de terapia tradicional não conseguiu.
Sua paixão é seu PAI, por quem ela exibe grande amor e admiração só pelo olhar. Nem pense em se aproximar do cidadão, ela prontamente levanta o dedo e diz: "não, não, não"!!! Sentinela sempre alerta!!! rs

No consultório é amorosa e colaboradora. Como qualquer paciente, tem seus dias "mais ou menos" em que nao ta a fim de fazer nada. Eu insisto, mas ela me vence. Já me conquistou também. Sapeca. Na última visita, até de doida ela me chamou... Intimidade é mesmo uma M.... rsrsrsrsrsrs

Em breve posto mais fotos e informções sobre o método Pandovan, e é claro, o poema do irmão, dedicado a ela.

Marmanjos e cuecas de plantão: nem pensem em se aproximar: o pai é uma fera!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!




Por Isabela Castro

terça-feira, 20 de setembro de 2011

O que é uma síndrome?

É muito comum o ouvirmos  o termo síndrome no cotidiano: Síndrome de Down, de Asperger, de Estocolmo etc... Mas afinal o que vem a ser uma síndrome?

Síndrome é um conjunto de sinais e sintomas que caracterizam uma doença ou condição de saúde. Em outras palavras, são características específicas  que determinam um tipo de doença e exclui outras.

Para um correto diagnóstico, é necessário a realização de investigação médica com exames complementares. Muitos sinais e sintomas são comuns a várias patologias, por isso, a investigação médica deve ser minuciosa. Só assim, poder-se-á dar início a um tratamento adequado com resultados satisfatórios.

Em geral, a síndrome recebe o nome do pesquisador / cientista que a identificou. Como exemplo podemos citar a Síndrome de Down que recebeu esse nome em homenagem ao médico britânico John Langdon Down, que a descreveu em 1866.

Mas em que tudo isso pode se relacionar com a Odontologia? Bem, não raro, muitos sinais e  manifestações de síndromes ocorrem na cavidade bucal, são as chamadas manifestações bucais. O dentista precisa estar familiarizado e atento para diagnosticar, tratar e orientar paciente e familiares.

Existe uma série de síndromes congênitas de má formação com envolvimento bucal, isto é, de interesse odontológico. Falaremos delas, ou pelo menos das principais, em posts futuros.




Por Isabela Castro

domingo, 18 de setembro de 2011

Pacientes especiais x Odontologia: um pouco de história...

A Associação Brasileira de Professores de Odontologia em Pacientes Especiais (APOPE), foi fundada em Juiz de Fora-MG, em junho de 1999. É uma entidade de classe sem fins lucrativos, sem discriminação religiosa e racial, cuja sede social é a cidade onde residir o seu presidente. A presidente da APOPE, é a Profa. Dra. Aida Sabbagh Haddad, uma das pioneiras no atendimento de pacientes especiais. Atualmente sede é em São Paulo, local de residência da presidente.
Em Manaus, durante a realização da II ANEO no dia 09 de Setembro de 2001, com a presença da presidente da APOPE, Profa. Dra. Aida Haddad juntamente com outros representantes do Brasil, foi aprovada a especialidade de Odontologia para Pacientes Especiais, sendo assim, as faculdades deveriam a partir dsta data, incorporar a disciplina "Pacientes Especiais"na graduação , e os futuros dentistas  receber orientações de como proceder diante dos pacientes portadores de necessidades especiais.

Segundo a presidente da APOPE, o conceito de Paciente com Necessidade Especial, é na verdade, um termo extremamente inespecifico, entretanto bastante abrangente por comportar vários grupos de patologias e condições, e portanto o paciente necessita de atendimento diferenciado por apresentar alterações mentais, físicas, orgânicas, sociais e/ou comportamentais.

De acordo com a proposta apresentada na ANEO pelas Prof(as) Dr(as) Aida Sabbagh Haddad e Marina Galottine, a classificação para Pacientes com Necessidades Especiais se divide em:
·  1° Grupo - Deficiência Mental
·  2° Grupo - Deficiência Física
·  3° Grupo - Síndromes e Deformidades Crânio-faciais
·  4° Grupo - Distúrbios Comportamentais/ Psiquiatricos
·  5° Grupo -Distúrbios Sensoriais ( cegos, surdos, mudos)
·  6° Grupo - Doenças Sistêmicas Crônicas
·  7° Grupo - Doenças Infecto-Contagiosas
·  8° Grupo - Condições Sistêmicas ( pacientes transplantados e/ou submetidos a radioterapia)

Segundo a APOPE, viver, aprender e trabalhar não é só um dever, é um direito de todos.
Dar condições de SAÚDE BUCAL para os indivíduos com necessidades especiais é uma forma de permitir que estes exerçam esse direito. É fundamental que os profissionais da saúde se atualizem e troquem informações para que cada vez mais possam atender melhor seus pacientes, e para atender pacientes com necessidades especiais, é necessário que o profissional tenha o conhecimento da causa e das diferentes patologias que podem apresentar. Se o profissional não se achar em condições de atender este tipo de paciente, tem o dever de encaminhá-lo para colegas que se sintam mais confortáveis em atendê-los.

 Por Isabela Castro


fonte: Apope